Oração e a Igreja

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Oração e a Igreja

“Quanto a mim, longe
de mim que eu peque contra o Senhor, deixando de orar por vós; antes, vos
ensinarei o caminho bom e direito”. 1Sm 12:23



Uma das atribuições dos Ministros é orar pelo povo, segundo
Atos 6.4 os apóstolos elegeram como prioridade ministerial deles consagrar-se a
oração e ao ministério da palavra. O
texto de 1 Samuel também traz a preocupação de Samuel em orar pelo povo. O pastor
deve orar com o rebanho e em prol dele. Gosto muito das palavras de Martin
Holdt: “Nós rogamos a Deus em favor
dos homens. Neste sentido, a oração é nosso trabalho mais importante. É uma
luta contra o adversário. É uma batalha contra a carne. É um trabalho
essencial. O ministro que não ora por seu rebanho não é ministro de jeito
algum.” (in: Ascol, 2005, p. 91).

Acerca do tema da oração Calvino disse que os ministros têm
uma razão ainda maior para orar que qualquer outro, pois a sua grande
preocupação é a salvação comum da igreja. Por isso, diante de tantas exortações,
nós pastores, devemos assumir a mesma postura dos apóstolos quanto às suas
funções primordiais, dedicar toda a nossa vida à oração e ao ministério da
Palavra. É mister que o ministro torne a oração uma prioridade em sua vida, portanto,
ore antes e depois de toda atividade que realizar na igreja, seja pregação, uma
visita familiar ou aconselhamento a um casal com problemas.

Novamente nos reportando à Holdt, agora citando o puritano
John Smith, podemos aprender algo muito importante quanto a vida de oração:

A
oração é a vida e a alma da função sagrada: sem ela, não podemos esperar
qualquer sucesso em nosso ministério; sem ela, nossas melhores instruções são
inférteis e nosso trabalho mais penoso não produz efeito. Antes que lancemos
terror sobre aqueles que quebraram a lei, precisamos antes, assim como Moisés,
passar tempo com Deus em um lugar retirado. A oração freqüentemente alcança o
sucesso para pequenos talentos, enquanto que os maiores talentos sem oração são
simplesmente inúteis e perniciosos. Um ministro que não é um homem de piedade e
oração, quaisquer que sejam seus outros talentos, não pode ser chamado servo de
Deus; muito pelo contrario, ele é na verdade servo de Satanás, escolhido por
ele pela mesma razão que escolheu a serpente em tempos remotos, visto ser ela o
mais sutil dos animais criado pelo Senhor. Que mostro, oh, Deus, este tipo de
pastor deve ser, este dispensador das ordenanças do evangelho, este intercessor
entre Deus e o seu povo, este reconciliador do homem com seu criador, se ele
não se enxerga como um homem de oração. (in: Ascol, 2005, p.91).



Diante da primazia da oração na vida
do ministro cabe-nos exortar: Ministro do Evangelho esteja bem atento ao fato
de que você deve estar sempre pronto para o dever da oração, lembre-se das
palavras de Paulo em 1Ts 5.17 “Orai sem cessar”. Deus abençoará seu ministério por
meio da oração, devemos levar as necessidades de nossa igreja até Ele, devemos
interceder pelos fracos, oprimidos, servir de exemplo aos moribundos na fé,
para que pelo nosso exemplo sejam fortalecidos na fé cristã. A oração para
Calvino é um “exercício perpetuo de fé. Pela qual recebemos diariamente
benefícios da parte de Deus” (Calvino, 2003, p. 13). Jean Massilon, ministro
francês disse a um grupo de ministros:

Um
pastor que não ora, que não ama a oração, não pertence à igreja, que “ora sem
cessar”. Ele é uma arvore seca e infrutífera que estorva o solo do Senhor. Ele
é o inimigo, e não o pai de seu povo. Ele é um estranho que usurpou o lugar do
pastor e a quem a salvação do rebanho é indiferente. Portanto, meus irmãos,
sejam fieis em suas orações e suas funções serão mais úteis, seu povo será mais
santo, seu labor será mais doce e os males da igreja diminuirão.[...] Esse
homem deixa, se é que podemos usar essa expressão, de ser um ministro público
no momento em que deixa de orar. (Beeke, in Armstrong, 2007, p. 72)



Para ter uma vida piedosa, devemos
dar a oração o status de urgência, principalmente no ministério, ou você nunca
terá palavras de conforto, ou um sermão digno de ser chamado “palavras de um
embaixador de Cristo”, se você não tiver vida de oração com Ele. A oração deve
permear toda nossa vida, passando por cada pensamento, palavra, atitude, de
forma que nada do que façamos como
ministros pode ser desprovido de oração. Faça da sua vida – especialmente de
seu gabinete – uma constante oração e comunhão com Deus.

Com uma vida de oração todos os seus sermões serão
evangelísticos não importa o assunto.



John
Welsh, genro de John Knox, orava sete horas por dia.[...] certa vez sua esposa
o encontrou chorando no chão depois da meia-noite e lhe perguntou por que
estava chorando. “Ó, minha querida”, ele disse:, “tenho 3.000 almas pelas quais
responder, e eu não sei como estão muitas delas”. (Armstrong, 2007, p.73).



Por
último, não deixe de ser bíblico em suas orações, Provérbios 28.9 diz: “O que
desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.”
Mantenha-se alinhado com as promessas bíblicas, ore partes das Escrituras,
baseie suas palavras na Palavra de Deus. Peça conforme a vontade de Deus, não
se desvie de pedir que seja feita a vontade do Senhor (Mt 26:42). Deixe Deus
trabalhar seu coração, molde-se à Palavra de Deus, suas orações serão ouvidas e
seu ministério abençoado.
 
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