Andrewes sabia como orar

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Lancelot Andrewes (1555 em Barking, Londres - 26 de Setembro de 1626, em Southwark) considerava a oração tão importante que ele mesmo escreveu uma oração para orar antes de iniciar sua oração pessoal. Ele queria estar no correcto estado de espírito com o espírito certo quando ele se ajoelha-se diante de Deus. "... Derrama o Espírito Santo em mim, que Ele possa adoptar-me no número de Seus escolhidos, que Ele possa ensinar-me como devo orar, de acordo com a Tua santa vontade, que possas subjugar todos os pensamentos perturbadores e as divagações do espírito em mim, enquanto Te ofereço minhas orações e louvores a Ti. Não me deixes servir-Te com os meus lábios, tendo o meu coração está longe de Ti, mas, cria dentro de mim um espírito recto... "

Este guerreiro de oração, nasceu em Londres em 1555, no auge da perseguição de Maria Tudor aos protestantes. Quando jovem, na faculdade, ele tinha feito a resolução de se recusar a jogar qualquer tipo de jogos, que ele considerava uma distracção de seu verdadeiro propósito. Sob o reinado da rainha Elizabeth I, que restaurou a fé protestante na Inglaterra, Lancelot tornou se um clérigo. Mas ele estava no "alto clero", significando que ele favoreceu formas de adoração católicas romanas.

Lancelot era um brilhante académico, mestre de quinze idiomas. A Rainha Elizabeth fez dele um dos seus capelães. O Rei Tiago I também reconheceu o mérito de Lancelot e fê-lo bispo. Ele utilizou também os talentos de Lancelot em matéria política. Após a Conspiração da Pólvora de 1605 liderada por Sir Robert Catesby, em que os católicos tentaram explodir o Parlamento, em grande parte protestante, Rei Tiago I exigiu um juramento de fidelidade. A Igreja Romana condenou qualquer católico que fizesse esse juramento. O Rei Tiago I, muito erudito, escreveu uma defesa. O Cardeal Belarmino, sob um pseudónimo, emitiu uma resposta dura. O Rei Tiago I delegou em Lancelot Andrewes para responder a Belarmino, o que ele fez com competência.

Em 1604, os líderes puritanos pediram ao rei Tiago I para se reunir com eles a fim de discutirem as suas reivindicações. O rei concordou. O resultado foi a Conferência de Hampton Court. Lancelot Andrewes estava lá. Quando o rei concordou em permitir uma nova tradução da Bíblia, era natural que Lancelot, com o seu grande conhecimento de línguas, devia ser um dos tradutores. Na verdade, ele fez a maioria dos trabalhos de tradução dos cinco livros de Moisés e dos livros históricos de Josué até 2 Crónicas.

O Dr. Lancelot Andrewes, Deão de Westminster, o qual presidiu à companhia de Westminster. Eis o que Fuller disse a respeito dele: “A carente erudição deste mundo gostaria de conhecer quão erudito era este homem, tão habilidoso em tudo (especialmente) nas línguas orientais, tanto que alguns imaginam que ele poderia, se fosse então vivo, servir de intérprete na confusão das línguas”. Ele veio a ser, sucessivamente, Bispo de Chichester, de Ely e de Winchester.

Considerando o quão bem conhecido era Lancelot Andrewes, é um facto curioso que não temos um registro exato da sua morte. . Ele morreu por volta deste dia, 26 de Setembro de 1626. Enquanto ele foi vivo, havia publicado uma colecção de dezanove dos seus sermões sobre oração. Ele considerava a oração uma das mais cruciais tarefas de um sacerdote e considerava a oração pública a de maior importância. A oração deve ter como modelo a oração do Senhor. Lancelot Andrewes explicou numa obra o que cada seção da oração famosa significava.

Por exemplo, «mas livra-nos do mal»: "Nós oramos para que Deus nos livre de todos os males, que o diabo deseja que pôr em perigo as nossas almas. Se quisermos ser livrados do poder de Satanás, nós temos de possuir a liberdade Cristo, o qual é Sabedoria e Poder e Ele nos libertará do mal. De qualquer modo, não devemos confundir a nossa oração para sermos libertos do mal do nosso acto de carregar a cruz nesta vida para o Calvário, especialmente quando sofremos inocentemente. Jamais podemos viver a vida cristã sem a cruz."

Após a morte de Lancelot Andrewes, ainda mais das suas orações vieram a lume. O seu livro de notas privado sobre a oração foi publicado. Este livro é considerado um clássico espiritual. Ele orou por todas as nações do mundo e para todos os seus benfeitores que o ajudaram no passado. Ele louvou a Deus pela sua criação e pediu perdão onde quer que tenham abusado do que Deus fez. Ele orou pela igreja e pela sua unidade. Lancelot levou a oração a sério e é isso que ele é principalmente lembrado hoje.

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“Os grandes mestres da doutrina cristã tem encontrado sempre na oração a fonte mais elevada de iluminação. Para não passar dos limites da Igreja Anglicana, diz-se do Bispo Andrews que passava cinco horas diárias sobre os joelhos. Tem-se chegado às maiores resoluções práticas que têm enriquecido e aformoseado a vida humana nos tempos cristãos por meio da oração.” (Cannon Liddon)


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Lancelot Andrewes foi o pregador favorito do rei Tiago I. Escreveu muitos eloquentes sermões, em particular sobre o Natal e a Ressurreição, baseados nas Escrituras e caracterizados por uma abundante sabedoria que encantava ao rei. Para as pessoas de hoje são sermões de difícil leitura, mas tremendamente profundos e que compensam aos estudiosos atentos. T.S. Eliot tomou o início de um dos sermões de Andrews sobre a Epifania como inspiração para seu poema “A viagem dos magos.”

Fria viagem tivemos
Justamente na pior época do ano
Para uma viagem – e que viagem longa!
O caminho áspero e o clima gélido
No auge do inverno

Andrews foi também um reconhecido erudito bíblico, competente no hebraico e no grego. Foi um dos tradutores da versão autorizada da Bíblia (King James). Como Deão de Westminster e diretor da escola da Catedral antes de ser bispo, influenciou na educação de vários clérigos destacados de seu tempo, em particular o poeta GeorgeHerbert.

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Nasceu em 1555 e matriculou-se em Cambridge em 1571 onde foi, posteriormente, mestre. Tornou-se deão de Westminster e mais tarde bispo de Ely e Winchester. Em 1604 foi nomeado presidente da Comissão da Tradução da Bíblia pelo seu conhecimento do hebraico. Foi amigo de F.Bacon.

Na sua teologia há uma preocupação central: afirmar o anglicanismo conforme o ensino das Escrituras interpretado pela Igreja Primitiva com a qual se mantém em continuidade histórica e doutrinal. Que é essa Igreja Primitiva? A Igreja Católica Primitiva? Na controvérsia com o jesuíta Bellarmino, o qual criticou o uso de católico por Tiago I, Lancelot Andrewes respondeu, baseado em Calisto e nessa resposta podemos ver o que ele entendeu por Igreja Primitiva:

“Um Cânon reduzido ao escrito pelo próprio Deus, dois testamentos, três credos, quatro Concílios Gerais, cinco séculos, e séries dos Pais da Igreja naquele período - os séculos antes de Constantino e dois depois dele, determinam os limites de nossa fé.”

Ao lado do interesse pela Bíblia, Lancelot Andrewes demonstrou sua preocupação com a Liturgia e sua inclinação foi pela liturgia grega.

Ele é lembrado pelas Preces Particulares, pois teve influência nas gerações posteriores. É uma teologia que interpreta o Credo dos Apóstolos, o Credo Niceno, à luz da experiência da vida. E muito do que ele escreveu foi na forma de sermão. Nos sermões ele fez muito uso da Bíblia e dos Pais da Igreja.

Ao apoiar-se na patrística, ele fazia distinção entre o uso, o costume de uma só localidade e o uso que tinha aceitação ampla.

No apelo à antiguidade, ele trabalhava com as Escrituras, Pais da Igreja, Concílios e a razão. Por isso não era um apelo à antiguidade pela antiguidade. Havia critério nesse apelo. Esse critério é dado por essa relação Escritura, a Patrística, os Concílios, tendo nas Escrituras a primazia.


 
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