Charles Simeon oração

quinta-feira, 25 de novembro de 2010



Nos seus primeiros anos de ministério, o pastor da Igreja Anglicana, Charles Simeon (24 de Setembro de 1759 - 13 de Novembro de 1836) era um homem rude e agressivo. Certo dia, foi visitar um pastor amigo numa povoação próxima da sua casa. Após a visita, as filhas do amigo queixaram-se ao pai sobre o comportamento de Simeon. Ele, então levou as suas filhas para o quintal, e disse-lhes: "Apanhai um daqueles pêssegos para mim." Era o inicio do Verão e os pêssegos estavam verdes. As meninas perguntaram por que é ele queria fruta verde, que ainda não estava madura. Ele respondeu-lhes: "Bem, minhas queridas, agora ele está verde e nós precisamos de esperar; mas, um pouco mais de Sol, um pouco mais de chuva e o pêssego estará maduro e doce. É assim com o Senhor Simeon."

Simeon, no devido tempo, realmente mudou. O calor do amor de Deus, as "chuvas" dos mal-entendidos e as decepções foram os meios pelos quais ele se tornou num homem gentil e humilde.

Charles Simeon foi pastor da Igreja Anglicana de 1782 a 1836, na Trinity Church, em Cambridge, na Inglaterra. Ele foi nomeado para lá por um dos bispos Igreja Anglicana, contra a vontade dos seus paroquianos, que se opuseram a ele, não por que fosse mau pregador ou exercesse mal o seu “húmus partoral”, mas porque era Evangélico. Isto é, cria na Bíblia, como a Palavra de Deus, e regra de fé, desafiava as pessoas para a necessidade de conversão (ao Novo Nascimento espiritual), aos crentes desafiava-vos para a santidade pessoal e apelava às Igrejas e aos crentes individualmente para o desafio da evangelização do mundo e ao amor pelos não convertidos a Jesus.

Durante 12 anos, os seus paroquianos não permitiram que ele pregasse o sermão de domingo, à tarde. E, durante todo esse tempo, também eles boicotaram o culto dominical matinal, e bloquearam os bancos da Igreja para que ninguém se pudesse sentar neles. Deste modo ele viu-se a pregar ao seu rebanho durante 12 anos nos corredores do templo!

«Nesse estado das coisas, eu não vi outro remédio, a não ser fé e paciência. O trecho das Escrituras que dominava e controlava a minha mente era este: "Ao servo do Senhor não convém contender." Era doloroso ver a igreja, com excepção dos corredores, quase abandonada; porém, eu pensava que se apenas Deus concedesse uma bênção dobrada à Congregação que estava ali, no todo haveria tanto bem como se a congregação fosse o dobro e a bênção limitada apenas metade dessa porção. Isso confortou-me muitas e muitas vezes, quando, sem essa reflexão eu teria sucumbido sob o meu pesado fardo.»

De onde obteve Charles Simeon a garantia, de que seguindo o caminho da paciência ele o conduziria à bênção sobre o seu trabalho, que compensaria a frustração de ter todos os bancos da Igreja bloqueados? Ele obteve-a de textos que prometiam a graça futura — textos como: "Como são felizes todos os que nEle esperam!" (Isaías 30.18). A Palavra venceu a incredulidade, e a fé na Graça futura venceu a impaciência.

Cinquenta e quatro anos depois destes tristes acontecimentos, Charles Simeon estava morrendo. As semanas arrastavam-se, como tem ocorrido com muitos santos moribundos. Aprendemos, ao lado de muitos crentes à porta da morte, que a batalha contra a impaciência pode ser muito intensa no leito de morte.

Em 21 de Outubro de 1836, os que estavam ao lado da sua cama, ouviram–no dizer as seguintes palavras, muito lentamente e com longas pausas:

“A infinita sabedoria dispôs tudo com infinito amor; e o infinito poder me capacita — a descansar nesse amor. Estou nas mãos do Pai amado — tudo está seguro. Quando olho para Ele, não vejo nada a não ser fidelidade — e imutabilidade — e verdade; e tenho a paz mais doce — não posso ter mais paz do que a que tenho!»

A razão para Simeon morrer assim foi a disciplina que exerceu durante 54 anos indo amiúde às Escrituras e nelas se apropriar das promessas da graça futura e de as usar para vencer a incredulidade da impaciência.

Ele aprendeu a usar a espada do Espírito para batalhar o combate da fé na graça futura. Pela fé, na graça futura, aprendeu a esperar com Deus no lugar não planeado da obediência, e a andar com Deus no passo não planeado da obediência. Com o salmista, disse: "Espero no SENHOR com todo o meu ser, e na Sua palavra ponho a minha esperança.” (Salmo 130:5)

Na vida e na morte, Charles Simeon tornou clara e com impacte a promessa: "O SENHOR é bom para com aqueles cuja esperança está nEle" (Lamentações 3.25).

Qual o segredo espiritual de Charles Simeon, que suportou imensas dificuldades no seu poderoso pastorado de cinquenta e quatro anos, na Trinity Church, em Cambridge, na Inglaterra?

A profunda influência espiritual para o bem dos pecadores e para a glória de Deus procede de homens e mulheres que se dedicam à oração e à meditação.

R. Housman, um dos amigos de Charles Simeon, que viveu com ele na mesma casa por alguns meses diz algo sobre a sua devoção, sobre o seu grande fervor de piedade, sobre o seu grande zelo e amor.

“Invariavelmente, Charles Simeon levantava-se em cada manhã, mesmo no Inverno, às quatro horas. E depois de acender o fogo, dedicava as primeiras quatro horas do dia à oração particular e ao estudo devocional das Escrituras.

Este era o segredo da sua grande graça e do seu vigor espiritual. Ao receber instrução dessa fonte e ao procurá-la com diligência, ele era confortado em todas as suas provações e obtinha preparação para todos os seus deveres.

Isto é verdade tanto para os crentes individualmente, quanto para as igrejas. Sem oração persistente não temos qualquer ofensiva na batalha contra o mal. Individualmente e como igrejas, somos destinados a invadir e despojar as fortalezas de Satanás.

Que o exemplo de Charles Simeon, nos impulsionem não somente às orações ocasionais, mas a uma vida de oração, como disse Housman, à “consistência e à realidade da devoção.”

Se não vigiarmos, seremos enredados pela tentação. A nossa defesa e o nosso ataque na vida cristã é a oração activa, persistente, fervorosa e confiante. Porém, cuidado, Crentes em Jesus! Nenhuma oração, nenhum poder!
 
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